Sal
Essa cidade tem clareiras
Grandes montes brancos
E neles, memórias negras
O barulho é de quebra quebra
Dos pedregulhos ruindo
São os trabalhadores do sal
Debaixo do sol, construindo
Tem cheiro de sódio salino
Que transpira a dor suada
Da enxada pesada
Da vida passada
São os trabalhadores do sal
Exaustos, produzindo
Os dias de gosto salgado
Amargo, dolorido
E nessas águas cristalinas
Feitas de lágrimas salinas
Restam os reflexos distorcidos
São os trabalhadores do sal
Explorados, esquecidos
Mariana OliveiraCabo frio, 15/07/2024
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